Transplante de córnea: como funciona?

Transplante de córnea: como funciona?

Antes de falarmos sobre o transplante de córnea, precisamos entender qual a importância dessa estrutura  para a nossa visão. A córnea é um tecido fino, resistente e que fica localizado na parte frontal do olho. Assim ela é a primeira interface que a luz atravessa.

A córnea permite a entrada da luz e trabalha nas tarefas de foco, acompanhada da íris, área colorida do olho, e da pupila. Desse modo, as imagens são interpretadas pelo cérebro como se fosse uma janela.

Como a córnea é avascular, ela é mantida pelo filme lacrimal, humor aquoso e pela difusão de vasos presentes no limbo. Sendo assim, a refração, grau dos óculos, varia de acordo com a curvatura da córnea.

Algumas doenças afetam diretamente as córneas e podem ser tratadas com medicamentos tópicos. Porém, em casos mais graves é preciso substituir essa parte dos olhos por meio do transplante de córnea para que a visão seja recuperada. Continue lendo este artigo e esclareça todas as suas dúvidas sobre esse assunto!

Transplante de córnea: como é a cirurgia?

Como vimos acima algumas doenças podem ser curadas apenas por meio do transplante de córnea. No procedimento, a córnea doente é substituída por outra saudável de um doador.

A cirurgia é realizada com anestesia local, com sedação, num procedimento sem necessidade de internação hospitalar e indolor. Por meio de um microscópio cirúrgico o oftalmologista realiza a medição do olho para então definir a área exata que receberá o transplante.

A córnea doente é retirada cuidadosamente através de uma incisão circular. Em alguns casos pode ser necessário procedimentos complementares, como a retirada de uma catarata. Finalizados os procedimentos necessários, a córnea saudável é fixada no local por meio de suturas.

Atualmente existem três tipos de transplante de córnea. Conheça cada um deles abaixo.

Penetrante

O transplante penetrante é o que envolve mais riscos, pois afeta todas as camadas da córnea do doador. Nesse modelo de transplante a taxa de rejeição é um pouco mais elevada do que em outros modelos. Além disso, o tempo de recuperação é um pouco maior.

Lamelar anterior

Em doenças que envolvem apenas as camadas anteriores da córnea, como o ceratocone por exemplo, podemos realizar o transplante preservando a camada posterior do paciente. Assim realizamos uma substituição parcial da córnea. Essa técnica oferece um menor  risco de rejeição e complicações a longo prazo.

Endotelial

Assim como no transplante lamelar anterior, o  foco deste modelo de transplante é evitar a retirada completa da córnea, substituindo apenas a parte comprometida. Em doenças que comprometem as células endoteliais da córnea, a camada mais interna, podemos substituir apenas essa região no transplante. Existem técnicas cirúrgicas específicas para cada caso conhecidas como DSAEK e DMEK. 

O paciente tem uma recuperação visual mais rápida, em média 3 meses após a cirurgia em comparação com o transplante total da córnea que leva de 6 meses a 1 ano para total recuperação. 

Recuperação

O tempo médio de recuperação varia dependendo do tipo de transplante como vimos acima.. No início a visão pode ser pior que antes da cirurgia, e depende da forma como o olho se ajusta à nova córnea. Sendo assim, a recuperação até a acuidade visual melhorar pode levar alguns meses. 

Muitos pacientes que se submetem ao transplante de córnea terão a visão, no mínimo parcialmente restaurada. Como qualquer outro transplante o risco de rejeição da córnea e complicações permanecem durante anos. Em muitos casos a rejeição da córnea é  controlada apenas com medicamentos.

Consulte sempre um especialista em córnea para avaliar suas queixas e descobrir em que medida o transplante de córnea  pode solucionar o seu problema e devolver sua qualidade de vida. Entre em contato e agende uma consulta agora mesmo!

Ceratocone: conheça os principais tratamentos para a doença

Ceratocone: conheça os principais tratamentos para a doença

O Ceratocone é uma doença não inflamatória que prejudica a estrutura da córnea, que é a camada fina e transparente que cobre toda a frente do globo ocular. A doença é caracterizada pela redução gradativa da espessura da córnea, assim ela acaba sendo empurrada para fora, causando uma saliência em formato de cone. 

Nossa córnea funciona como uma lente fixa, anterior à íris, a área colorida dos olhos, e, através da pupila,  projeta a luz sobre a retina. As alterações na curvatura e transparência da córnea podem prejudicar nossa visão. Assim, o Ceratocone atrapalha e prejudica a projeção de imagens nítidas na retina e pode causar um grau elevado de miopia, astigmatismo e até a perda da visão.

Quer saber os principais tratamentos para a doença? Então, leia este texto até o seu final e saiba mais sobre este assunto!

Quais as causas do Ceratocone?

Atualmente não é possível afirmar a causa exata do Ceratocone. Entretanto, alguns estudos mostram que inúmeros fatores podem ocasionar a doença, entre eles fatores ambientais e genéticos. Dentre os fatores que podem ocasionar a doença estão:

  • Histórico familiar;
  • Esfregar ou coçar os olhos com frequência;
  • Alergias como rinite, asma e dermatite;
  • Síndrome de Down;
  • Síndrome de Ehlers-Danlos.

A doença acomete com mais frequência os adolescentes e pode estabilizar-se ou prolongar-se ao longo dos anos. Sua evolução normalmente é lenta, e os seus sintomas podem ser confundidos com outras doenças, porém em alguns casos ela pode evoluir rapidamente em poucos meses. Descubra abaixo como tratar o Ceratocone.

Tratamentos para Ceratocone

A escolha do tratamento para a doença varia de acordo com sua gravidade e a sua velocidade de evolução.

Em graus moderados a doença pode ser tratada com lentes de contato e óculos. Em muitos pacientes, a córnea estabiliza após alguns anos. O uso de óculos não corrigem a visão totalmente, porém é um dos melhores tratamentos para casos leves.

Por outro lado, as lentes de contato para Ceratocone são especiais e precisam ser rígidas para regularizar a superfície da córnea. Muitos pacientes podem ser tratados de forma conservadora com as lentes de contato. Entretanto, os casos mais sérios, com córneas muito proladas em formato de cone não suportam o uso de lentes, por isso os tratamentos que veremos a seguir são os mais indicados. Confira.

Crosslinking de córnea

O crosslinking de córnea é um tratamento cirúrgico que tem como objetivo aumentar a resistência da córnea e assim aumentar sua estabilidade. A cirurgia visa diminuir a evolução do Ceratocone, retardar e evitar um possível transplante de córnea no futuro.

Anel de Ferrara (anel corneano ou anel intraestromal)

A cirurgia é realizada sob anestesia local e constitui-se da implantação de um arco rígido de acrílico na córnea, com a missão de esticá-la, mudando sua curvatura e diminuindo o Ceratocone. A cirurgia é tão eficiente que alguns pacientes nem precisam mais de lentes ou óculos após o procedimento. Pode ser realizada com auxílio de laser de femtosegundo permitindo uma precisão e resultados ainda melhores. 

Transplante de córnea

O transplante de córnea é o tratamento mais invasivo para a doença e é escolhido em casos mais graves e avançados.

Ao contrário da taxa de sucesso de outros transplantes de órgãos, o receptor não precisa tomar medicamentos imunossupressores após o transplante. Além do mais, a taxa de sucesso do transplante ultrapassa os 90%.

Conclusão

Como vimos neste texto, o Ceratocone ainda não possui uma causa específica, nem um método 100% seguro para prevenir a doença. Porém, sabemos que está associado a frequência que coçamos os olhos, por isso recomendamos que você evite essa prática.

Além do mais, para que o diagnóstico do Ceratocone seja realizado corretamente é necessário a visita a um oftalmologista que irá avaliar todo o seu histórico familiar e fará exames específicos do seu olho e córnea. Sendo assim, agende sua consulta e obtenha orientação de um profissional especialista.

Crosslinking: Tudo o que você precisa saber sobre o tratamento

Crosslinking: Tudo o que você precisa saber sobre o tratamento

Você já ouviu falar no tratamento inovador do Ceratocone, o Crosslinking? É um novo tipo de procedimento cirúrgico que tem como principal objetivo reduzir o avanço da doença. Ele está sendo cada vez mais usado por causa da sua principal vantagem: pode ajudar a evitar um transplante de córnea.

Vamos agora entender um pouco mais sobre o procedimento e como ele pode ser a melhor solução nos muitos casos da doença aqui no país. Confira!

O que é Ceratocone?

Primeiro, vamos entender melhor sobre a patologia para compreender a necessidade de tratamentos do transplante de córnea e do Crosslinking.

Pessoas com a doença começam a apresentar visão borrada, sensibilidade à luz, imagens fantasmas e halos noturnos (luzes noturnas ficam mais intensas). Esses sinais são causados justamente pela Ceratocone que provoca uma mudança estrutural na córnea, além da elasticidade, biomecânica e resistência. 

A córnea, além de função protetora, também é essencial para a formação da imagem já que ajuda a direcionar os feixes de luz. Trata-se da região mais anterior do nosso olho, um tipo de “lente” que fica sobre a íris.

O Ceratocone é uma doença degenerativa, de caráter progressivo e que, em alguns casos, a única forma de o paciente recuperar a qualidade de vida é por meio de um transplante de córnea. Mas o procedimento de Crosslinking pode mudar essa realidade.

Como funciona o Crosslinking?

O procedimento aumenta a rigidez da córnea e também devolve a sua biomecânica — duas coisas afetadas pelo Ceratocone — usando radiação ultravioleta associada à riboflavina (vitamina B12) na forma de colírio.

O Crosslinking ajuda a fortalecer as fibras de colágeno que formam as fibras de sustentação da córnea. Com essa maior resistência, a elasticidade diminui e, consequentemente, a progressão da patologia é consideravelmente reduzida. 

Com uma maior resistência dessa “lente”, ela não muda de forma e assim, continua ajudando a focar a luz externa, eliminando os sinais e sintomas.

Há ainda uma última etapa que é a colocação da lente de contato terapêutica. Ela vai funcionar como um tipo de curativo que ficará sobre a córnea , até que o tecido  cicatrize e não tenha mais riscos de infecção.

A lente é retirada depois de apenas 7 dias, pois é o tempo que o corpo leva para reparar o tecido. Tudo bem rápido e com menor risco para o paciente. O uso do colírio anti-inflamatório deve permanecer por cerca de 1 mês.

Outro ponto positivo e um dos motivos pelo Crosslinking ter se tornado tão popular é o fato de ser um procedimento minimamente invasivo, sendo necessária apenas a anestesia tópica e colírios.

Além disso, não há necessidade de jejum ou internamento, sendo que o paciente é liberado assim que o procedimento acaba. Tudo leva apenas 1 hora.

Para quais casos o Crosslinking é indicado?

A técnica é indicada especialmente para adolescentes ou pacientes jovens de uma forma geral. A doença costuma aparecer justamente na adolescência e evolui até os 30 a 35 anos, quando se estabiliza.

Também é indicada para os casos em que a doença está em fase de progressão e para os pacientes que já passaram pela cirurgia refrativa e tiveram evolução para ceratocone.

Os que mais se beneficiam do Crosslinking são aqueles pacientes que ainda estão na fase leve ou moderada da doença. Mas há também muitos benefícios para aqueles que já se encontram nos estágios avançados do Ceratocone.

Há algum risco?

Mesmo sendo um procedimento minimamente invasivo, há sim alguns riscos não do procedimento em si, mas de coisas que podem acontecer em qualquer procedimento do tipo.

É o caso, por exemplo, de infecções pela falta de cuidado com a higienização local ou pelo paciente não  aplicar as medicações prescritas. Os sinais e sintomas temporários são comuns como um leve processo inflamatório resultando em vermelhidão, sensação de olho seco e inchaço.

Porém, na maioria dos casos, isso não acontece e mais de 500 mil pessoas já se beneficiaram com o procedimento pelo mundo afora. Depois do tratamento com o Crosslinking, muitos pacientes estabilizam na fase inicial da doença e não precisam recorrer a outros tratamentos. Você foi diagnosticado com Ceratocone ou está com os sinais e sintomas da doença? Entre em contato e agende uma consulta agora mesmo!

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